My poems have been translated into another language for the first time!
I got such a delightful surprise the other day! I found out two of my poems had been translated into Portuguese.
Back in October, just a little over a week after the genocide on Gaza ramped up in intensity, some Palestinian poems I submitted to Protean months before were published. You can read “they stop torching our cities long enough to pray” and “only an american” on Protean’s website.
An editor in Portugal who’s putting together an anthology of Palestinian poetry in Portuguese found them and is including me!
For those who can read Portuguese, I’m including the translations below.
The editor also made a video of the first one. (And someone else completely unrelated to the translation project, Mara Ahmed, who created Warp and Weft Archive, which is an online archive of Palestinian poetry, made an audio of the second.)
The publisher of the anthology is Traça Editora and they’ve already put out one short anthology of Palestinian poetry, which you can check out here.
eles param de incendiar as nossas cidades tempo suficiente para rezar
Numa noite de fevereiro, as nossas cidades estão em chamas – um fogo descontrolado
posto sobre as nossas quatro paredes, sobre os nossos pertences, para que os nossos
assassinos possam fingir pertencer
onde não são desejados & de onde não são.
Casas em combustão com famílias no interior. Os incendiários
carregam varas de metal, preparados para bater no que não podem
queimar; prontos a queimar o que ainda não roubaram;
prontos a roubar o que não planeiam demolir.
Acontece nas aldeias de Nablus: Huwara, Za'tara,
Burin, Beita, Odla e Beit Furik. Outros, ainda, nas aldeias
de Ramallah, Hebron e Jerusalém. & estes são apenas
os que sabes; aqueles sobre as quais divulgaram
notícias em inglês, completas com fotos do apocalipse
à porta. Eles mancham com cinza & amargam
com sangue a terra do leite e do mel. É assim que sabes que este local
não é deles. Sabemos que não se caga onde se come.
& então, uma trégua no tumulto – as chamas permanecem, mas
os aceleradores estão cobertos; os hematomas florescem, mas
as varas de metal ressoam no chão; buracos de
bala escancaram-se, mas os canos das armas apontam para baixo, para longe.
Observamos enquanto os nossos torturadores oram numa língua cujo entendimento desejamos que não fosse imposto pela nossa sobrevivência. Eles agradecem a Deus,
chamam a terra de dádiva e interrogamo-nos como aqueles que queimam
o que lhes foi “dado” poderiam merecer alguma coisa.
Em que dia da criação foi Deus o arquitecto do inferno?
Em que início foi decidido que cada mito da criação
deveria acompanhar a destruição? Há uma razão pela qual
incendiário soa a torturador. O fim dos dias de
um povo é a perturbada história da origem de outro;
o extermínio de um é o sagrado arrebatamento de outro.
só um americano
É mesmo dos Britânicos rebaptizarem o nosso país
com um P: uma letra que não temos, um som que
as nossas línguas lutam para dizer. Não é Palestina
como no velho companheiro, o velho compincha, o velho amigo, mas Falastina .
Eles saberiam que o árabe é fonético se soubessem
ler, mas os ocupadores são assim – um convidado
indesejável. Temos nomes impossíveis de pronunciar incorrectamente
& no entanto esperam que o mundo os diga à sua maneira.
No seu novo país, os meus avós
dão aos seus filhos “bons nomes americanos”
impossíveis de ser pronunciados incorrectamente pelos nativos
desta terra. Chamaram à sua primeira criança, uma filha,
Patrícia - com um P. Porque quem acreditaria que
uma umma & um baba da Falastina baptizariam a sua
filha com uma letra que as suas bocas se recusam a dizer,
amaldiçoadas com uma vida inteira a chamá-la Badrisha.
Só um americano faria isso.